domingo, 19 de julho de 2009

Brilhando...

"Sabe pra mim a vida é um punhado de lantejolas
E purpurina que o vento sopra
Daqui a pouco tudo vai ser passado mesmo
Deixa a vida assoprar, let it be,
fique pelo menos com o gostinho
de ter brilhado um pouco."
(Caio Fernando de Abreu)



Estou de férias e to saindo para brilhar por aí!

Se já estava sumida da blogesfera, agora periga eu sumir de vez, né?!
Fiz um twitter: http://twitter.com/anagabigabriela

Boa semana para todos!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

(O menino e a flor)


- Me ensina a língua das flores?
(ele perguntou)


- Você não é o sol, nem a terra, nem a água e nem o ar.

- Eu não preciso de você.

- Só ensino se me ensinar a te amar!

(ela propôs)


- Sem palavras?
(ele perguntou)

- Sim. Só com os gestos e o olhar.
(ela respondeu)

Ele deitou-se ao lado dela na grama e suspirou.

- Que decepção!
- Não vai me arrancar e em um vaso me plantar?
(ela perguntou ironicamente)

- Linda flor, essa é a nossa primeira lição:

- Amar não é ter. É admirar!
(ele respondeu)

Sergio Chk.

Deixando bem claro que amor livre não tem nada a ver com ''putaria'', ok?!
É um relacionamento baseado em cumplicidade, parceria, companherismo e principalmente, respeito às liberdades individuais.


quinta-feira, 16 de julho de 2009

Romário

"Avisa pro Romário na delegacia: amor começa no motel e termina em pensão!"

Macaco Simão (Folha)



OBS: Um tanto quanto machista, mas ri demais da conta quando li.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mulatas


“... E viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher. Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tirilando. (...)
O chorado arrastava-os a todos, despoticamente
, desesperando aos que não sabiam dançar. Mas, ninguém como a Rita; só ela, só aquele demônio tinha o mágico segredo daqueles movimentos de cobra amaldiçoada; aqueles requebros que não podiam ser sem o cheiro que a mulata soltava de si e sem aquela voz doce, quebrada, harmoniosa, arrogante, meiga e suplicante."
(Aluísio Azevedo – O cortiço - 1890)
Este fragmento é uma perfeita descrição de Rita enquanto dança.
--> Há um texto recente da escritora Elisa Lucinda que também aborda essa questão da sensualidade da mulata, porém não se prendeu a descrição e fez uma crítica maravilhosa:

Mulata Exportação
“Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar!
Vem nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dentro ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega exportação, vem meu pão de açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha tonteira minha história contundida
Minha memória confundida, meu futebol, entendeu meu gelol?
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê;
Vem nega, sem eu ter que fazer nada. Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer.
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem nega, me ama, me colore
Vem ser meu folclore, vem ser minha tese sobre nego malê.
Vem, nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar.”
Imaginem: Ouvi tudo isso sem calma e sem dor.
Já preso esse ex-feitor, eu disse: “Seu delegado...”
E o delegado piscou.
Falei com o juiz, o juiz se insinuou e decretou pequena pena
com cela especial por ser esse branco intelectual...
Eu disse: “Seu Juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocídio
nada disso se cura trepando com uma escura!”
Ó minha máxima lei, deixai de asneira
Não vai ser um branco mal resolvido
que vai libertar uma negra:
Esse branco ardido está fadado
porque não é com lábia de pseudo-oprimido
que vai aliviar seu passado.
Olha aqui meu senhor:
Eu me lembro da senzala
e tu te lembras da Casa-Grande
e vamos juntos escrever sinceramente outra história
Digo, repito e não minto:
Vamos passar essa verdade a limpo
porque não é dançando samba
que eu te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não invista, não insista!
Meu nojo!
Meu engodo cultural!
Minha lavagem de lata!
Porque deixar de ser racista, meu amor,
não é comer uma mulata!
(Elisa Lucinda, na série “Brasil, meu espartilho”)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Felicidade Incomoda


"O mineiro só é solidário no câncer."
Nelson Rodrigues

Ok, essa frase gera polêmicas - como tudo que saiu do Nelson, né?! - mas hoje eu entendo à minha maneira o que ele quis dizer com isso... Não entrarei na questão de citar o mineiro (pois para mim são pessoas muito hospitaleiras e solícitas, apesar de mais reservados: pergunte a um mineiro como se chega a um lugar... ele não só fala como se chega, se bobear ainda leva você lá!), só quero refletir sobre a ideia de como certas pessoas lidam com a felicidade alheia.

Um "amigo" te ajuda no momento de tristeza e sofrimento, mas os momentos de alegria são os mais difíceis de compartilhar. Não é qualquer um que se alegra com a felicidade dos outros. Muitas vezes, essa é a face humana. Infelizmente.

Felicidade é algo que incomoda muito os infelizes! Foi mal, mas eu vou continuar dando minhas risadas, hehe!



E você, já sentiu isso na pele?
O que tenta fazer para se relacionar bem com as pessoas ao seu redor?