Estou passando para indicar uma sugestão de leitura para vocês. Um livro maravilhoso do Grupo Ediouro que me fez companhia durante meus dias de descanso... É o livro Elza, a garota: a história da jovem comunista que o partido matou , lançado pela Editora Nova Fronteira.
Nas palavras do autor, Sérgio Rodrigues, a notícia do caso Elza é velha, mas recalcadíssima. Mais do que fechar o foco no crime em si, o que lhe interessou durante a escrita do livro foi investigar as décadas de silêncio sobre o caso e o que esse silêncio, paradoxalmente, nos diz sobre quem somos.
O diferencial do livro para mim é o fato de ser um livro-reportagem, mesclando realidade, jornalismo e ficção, algo pouco usual na literatura brasileira contemporânea, né?! Dessa forma, saiu do estritamente factual, chegando até a ser classificado no prefácio escrito por Zuenir Ventura de "romance histórico que mistura de forma pouco convencional pesquisa jornalística, ensaio e, claro, ficção."
Pode até ser que o Che Guevara esteja se revirando no túmulo achando que o livro é obra de um bando de burguês querendo detonar o comunismo; mas quem ler o livro poderá perceber que não há proseletismo e guerrinha entre direita/esquerda. A proposta do autor é explicar este crime ocorrido em março de 1936, durante a fracassada intentona comunista, durante o governo de Getúlio Vargas. O que está claro para mim é que assim como a mulher de Luis Carlos Prestes, Olga Benário, sofreu nas mãos dos nazistas, a mulher de Miranda, uma menina de 16 anos chamada Elvira Cupello Calônio (de codinome Elza) foi estrangulada com uma cordinha de varal a mando do PCB devido a uma suspeita injusta de traição. Olga Benário era militante. Elza era uma garota analfabeta do interior, que não entendia nada de política (apesar de seu irmão ser um militante comunista) e ela só se enfiou nessa história porque se envolveu com Miranda, o secretário geral do PCB.
Quando Miranda e Elza foram presos depois do fracasso do golpe, a polícia percebeu que ela não acrescentaria nada ao depoimento dele e a soltou por ser menor. O problema é que logo depois outros membros do PCB foram presos e as suspeitas recaíram sobre ela. Julgada pelo Tribunal Vermelho a mando de Luis Carlos Prestes ela foi condenada à morte pelos "companheiros". Assim, Getúlio Vargas chegou a prender 17 mil suspeitos, incluindo pessoas de Moscou que estavam envolvidas na parada e foi Elza quem pagou o pato, né?!
Para quem ainda não comprou o livro e quer saber um pouco mais antes de adquiri-lo, este site aqui narra em detalhes a prisão.
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Segue a SINOPSE do livro para vocês: | ||
| "Molina é um jornalista que, aos 43 anos, toma a decisão de se dedicar exclusivamente a ser escritor. Na busca por uma história que valha a pena ser contada, ele conhece Xerxes, que lhe narra sua paixão por uma menina chamada Elza, em meio à Intentona Comunista, quando Luís Carlos Prestes quis tomar o poder e foi derrotado. A história de amor, no entanto, jamais foi consumada: Elza foi assassinada por seus companheiros do Partido Comunista. Neste livro surpreendente, o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues, combina literatura e reportagem para criar um romance original e envolvente." | ||
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12 comentários:
Valeu a indicação!!!
Adoro livros-reportagem.
Bjs
Não li, mas tenho vontade. Lá na Flip o Sérgio Rodrigues distribuiu um monte de broches pra galera, com a frase "Eu não matei Elza!" LOL
Massa!
Ana , obrigado pelo comentario...adorei o texto, e estou te seguindo também!
Beijos!
saudades daqui.
Apareça.
Maurizio
òtima crítica...o livro deve ser muito interessante e uma ótima leitura
Oi Gabi,é bem assim mesmo,cada um tem aquilo que merece!
E aproveitando que eu vim aqui,li seu post,adorei!
Ouvi falar desse livro,dizem que é fantástico,spero poder ler em breve!
bjs
nunca li mais tenho vontade
http://diogostanley.blogspot.com/ se puder visite
Querida seja bem vinda.
Espero que volte outras vezes, também vou segui-la.
Namastê!
Gostei, vou ler.
Obrigada pela visita!!
Já me falaram desse livro, tenho vontade de ler. Vai pra minha lista (agora tô lendo dois livros de filosofia simultaneamente!).
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