segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Elza, a Garota

Minhas férias foram prolongadas devido aos casos de gripe suína, mas este não é o meu único motivo de sumiço da net, hehe!
Estou passando para indicar uma sugestão de leitura para vocês. Um livro maravilhoso do Grupo Ediouro que me fez companhia durante meus dias de descanso... É o livro Elza, a garota: a história da jovem comunista que o partido matou , lançado pela Editora Nova Fronteira.


Nas palavras do autor, Sérgio Rodrigues, a notícia do caso Elza é velha, mas recalcadíssima. Mais do que fechar o foco no crime em si, o que lhe interessou durante a escrita do livro foi investigar as décadas de silêncio sobre o caso e o que esse silêncio, paradoxalmente, nos diz sobre quem somos.

O diferencial do livro para mim é o fato de ser um livro-reportagem, mesclando realidade, jornalismo e ficção, algo pouco usual na literatura brasileira contemporânea, né?! Dessa forma, saiu do estritamente factual, chegando até a ser classificado no prefácio escrito por Zuenir Ventura de "romance histórico que mistura de forma pouco convencional pesquisa jornalística, ensaio e, claro, ficção."

Pode até ser que o Che Guevara esteja se revirando no túmulo achando que o livro é obra de um bando de burguês querendo detonar o comunismo; mas quem ler o livro poderá perceber que não há proseletismo e guerrinha entre direita/esquerda. A proposta do autor é explicar este crime ocorrido em março de 1936, durante a fracassada intentona comunista, durante o governo de Getúlio Vargas. O que está claro para mim é que assim como a mulher de Luis Carlos Prestes, Olga Benário, sofreu nas mãos dos nazistas, a mulher de Miranda, uma menina de 16 anos chamada Elvira Cupello Calônio (de codinome Elza) foi estrangulada com uma cordinha de varal a mando do PCB devido a uma suspeita injusta de traição. Olga Benário era militante. Elza era uma garota analfabeta do interior, que não entendia nada de política (apesar de seu irmão ser um militante comunista) e ela só se enfiou nessa história porque se envolveu com Miranda, o secretário geral do PCB.

Quando Miranda e Elza foram presos depois do fracasso do golpe, a polícia percebeu que ela não acrescentaria nada ao depoimento dele e a soltou por ser menor. O problema é que logo depois outros membros do PCB foram presos e as suspeitas recaíram sobre ela. Julgada pelo Tribunal Vermelho a mando de Luis Carlos Prestes ela foi condenada à morte pelos "companheiros". Assim, Getúlio Vargas chegou a prender 17 mil suspeitos, incluindo pessoas de Moscou que estavam envolvidas na parada e foi Elza quem pagou o pato, né?!
Para quem ainda não comprou o livro e quer saber um pouco mais antes de adquiri-lo, este site aqui narra em detalhes a prisão.





Segue a SINOPSE do livro para vocês:


"Molina é um jornalista que, aos 43 anos, toma a decisão de se dedicar exclusivamente a ser escritor. Na busca por uma história que valha a pena ser contada, ele conhece Xerxes, que lhe narra sua paixão por uma menina chamada Elza, em meio à Intentona Comunista, quando Luís Carlos Prestes quis tomar o poder e foi derrotado. A história de amor, no entanto, jamais foi consumada: Elza foi assassinada por seus companheiros do Partido Comunista. Neste livro surpreendente, o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues, combina literatura e reportagem para criar um romance original e envolvente."







Recomendo, viu?!

Boa semana para vocês!