quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Anotações sobre um amor urbano

"Desculpa, digo, mas se eu não tocar você agora vou perder toda a naturalidade, não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou apenas sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é só essa vontade quase simples de estender o braço pra tocar você, faz tempo demais que estamos aqui parados conversando nessa janela, já dissemos tudo o que pode ser dito entre duas pessoas que estão tentando se conhecer, tenho a sensação, impressão, ilusão de que nos compreendemos, agora só preciso estender o braço e com a ponta dos meus dedos tocar você, natural que seja assim: O toque, depois da compreensão que conseguimos, e agora.

Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha pra mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi pra saber tocá-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá dizer: Não. Há uma espécie de heroísmo então quando estendo o braço, alongo as mãos, abro os dedos e brota. Toco. Perto da minha boca se entreabre lenta, úmida, cigarro, chiclete, conhaque, vermelho, os dentes se chocam, leve ruído, as línguas se misturam. Naufrago em tua boca, esqueço, mastigo tua saliva, afundo. Escuridão e umidade, calor rijo do teu corpo contra a minha coxa, calor rijo do meu corpo contra a tua coxa. Amanhã não sei, não sabemos.

Pensei em você. Eram exatamente três da tarde quando pensei em você. Sei porque perdi a cabeça como se você fosse uma tontura dentro dela e olhei o digital no meio da avenida.

Corre, corre. O número do telefone dissolvendo-se em tinta na palma da mão suada. Ah, no fim destes dias crispados de início de primavera, entre os engarrafamentos de trânsito, as pessoa enlouquecidas e a paranóia à solta pela cidade, no fim desses dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa, e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu olho. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta, e você me leva para Creta Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem. O telefone toca três vezes. Isto é uma gravação deixe seu nome e telefone depois do bip que eu ligo assim que puder, ok?

O cheiro do teu corpo persiste no meu durante dias. Não tomo banho. Guardo, preservo, cheiro o cheiro do teu cheiro grudado no meu. E basta fechar os olhos pra naufragar outra vez e cada vez mais fundo na tua boca. Abismos marinhos, sargaços. Minhas mãos escorrem pelo teu peito, gramados batidos de Sol, poços claros. Alguma coisa então pára, as coisas param. Os automóveis nas ruas, os relógios nas paredes, as pessoas nas casas, as estrelas que não conseguimos ver aqui no fundo da cidade escura. Olho no poço do teu olho escuro, meia noite em ponto. Quero fazer um feitiço pra que nada mais volte a andar. Quero ficar assim, no parado. Sei com medo que o que trouxe você aqui foi esse me jeito de ir vivendo como quem pula poças de lama, sem cair nelas, mas sei que agora esse jeito se despedaça. Torre fulminada, o inabalável vacila quando começa a brotar de mim isso que não esta completo sem o outro. Você assopra na minha testa. Sou só poeira, me espalho em grãs invisíveis pelos quatro cantos do quarto.

(...) Fico tosco e você se assusta com minha boca faminta voraz desdentada de moleque mendigo pedindo esmola neste cruzamento aonde viemos dar.

A cidade está louca, você sabe. A cidade está doente, você sabe. A cidade está podre, você sabe. Como gostar limpo de você no meio desse doente podre louco? Urbanóides cortam sempre meu caminho à procura de cigarros, fósforos, sexo, dinheiro, palavras e necessidades obscuras, que não chego a decifrar em seus olhos semafóricos. Tenho pressa, não podemos perder tempo. Como chamar agora a essa meia dúzia de toques aterrorizados pela possibilidade da peste? (Amor, amor certamente não). Como evitaremos que nosso encontro se decomponha, corrompa e apodreça junto com o louco, o doente, o podre? Não evitaremos. Pois a cidade está podre, você sabe. Mas a cidade esta louca, você sabe. Sim a cidade está doente, você sabe. E o vírus caminha em nossas, companheiro.

Fala, fala, fala. Estou muito cansado. Já não identifico nenhuma palavra no que diz. Apenas me deixo embalar pelo ritmo de sua voz, dentro dessa melodia monótona angustiada perplexa repetitiva. Quase três da manhã. Não temos onde ir, nunca tivemos aonde ir. Um nojo, vez em quando me dá asco - nojo é culpa, nojo é moral - você se sente sórdido, baby? - eu tenho medo, eu não quero correr risco - não é mais possível - vamos parar por aqui - quero acordar cedo, fazer cooper no parque, parar de beber, parar de fumar, parar de sentir - estou muito cansado - não faz assim, não diz assim - é muito pouco - não vai dar certo - anormal, eu tenho medo - medo é culpa, medo é moral - não vê que é isso que eles querem que você sinta? Medo, culpa, vergonha - eu aceito, eu me contento com pouco - eu não aceito nada nem me contento com pouco - eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo!

Eu quero risco, não digo. Nem que seja a morte.

Cachorro sem dono, contaminação. Sagüi no ombro, sarna. Até quando esses remendos inventados resistirão à peste que se infiltra pelos rombos do nosso encontro? Como se lutássemos - só nós dois, sós os dois, sóis os dois - contra dois mil anos amontoados de mentiras e misérias, assassinatos e proibições. Dois mil anos de lama, meu amigo. Tantos lixos atapetando as ruas que suportam nossos passos que nunca tiveram aonde ir.

Chega em mim sem medo, toca meu ombro, olha nos meus olhos, como nas canções do rádio. Depois me diz: "-Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como esta. Feche as portas, não pague as contas e nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, os restos são restos. E não importam. Mas seus livros, seus discos, quero perguntar, seus versos de rima rica? Mas meus livros, meus discos, meus versos de rima pobre? Não importa, não importa. Largo tudo. Venha comigo pra qualquer outro lugar. Triunfo, Tenerife, Paramaribo, Yokohama. Agora já. Peço e peço e não digo nada, mas peço peço diga, diga já, diga agora, diga assim. Você planeja partir para um país distante, sem mim, de onde muitos anos depois receberei a carta de um desconhecido com nome impronunciável anunciando a sua morte. Foi em Abril, dirá abril e maio. Ou Setembro, Outubro. Os mais cruéis dos meses. Tanto faz, já não importará depois de tanto tempo, numa cidade remota.

Pelas escadarias da avenida deserta, lata de coca-cola largada na porta da igreja, aqui parece que o tempo não passou, quero te mostrar um vitral, esta sacada, aquele balcão como os de Lorca, entremeado de rosas, quero dividir meu olhar, desaprendi de ver sozinho e agora que tudo perdeu a magia, se magia houve, e havia, e não consigo mais ver nenhum anjo em você, pastor, mago, cigano, herói intergaláctico, argonauta, repercante, e agora que vejo apenas um rapaz dentro do qual a morte caminha inexorável, só não sabemos quando o golpe final, mas virá, cabelos tão negros, rosto quase quadrado, quase largo, quase pálido onde já começou a devastação, olhos perdidos, boca de naufrágio vermelho pesado sobre o escuro da barba malfeita, olho tudo isso que vejo e não tem outra magia além dessa, a de ser real, e vou dizendo lento, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas, e vou dizendo leve, então, no teu ouvido duro, na tua alma fria, e vou dizendo leve, e vou dizendo longo sem pausa - gosto muito de você de você muito de você.

Tantas mortes, não existem mais dedos nas mãos e nos pés pra contar os que se foram. Viver agora, tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã. Mas o poço não tem fundo, persiste sempre por trás, as cobras no fundo enleadas na lança. Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão?
Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar desligar a TV, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo, acender velas, saliva tua de ontem guardada na minha boca, trocar lençóis, fazer a cama, procurar a mancha de esperma nos lençóis usados, agora está feito e foda-se, nada vale a pena, puxar cobertas, cobrir a cabeça, tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas a alma existe mesmo? E quem garante? E quem se importa? Apagar a luz e mergulhar de olhos fechados no quente fundo da curva do teu ombro, tanto frio, naufragar outra vez em tua boca, reinventar no escuro do teu corpo de moço homem apertado contra meu corpo de moço homem também, apalpar as virilhas, o pescoço, sem entender, sem conseguir chorar, abandonado, apavorado, mastigando maldições, dúbios indícios, sinistros augúrios, e amanhã não desisto. Te procuro em outro corpo, juro que um dia te encontro

Não temos culpa. Tentei. Tentamos."


(Caio Fernando Abreu)

OBS: Caralho, como eu amo a escrita do Caio.
Recomendo!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008


Meus caros amigos,

Adooooooooooro essa época de final de ano, viu?!
É fantástico esse clima de boas energias fluindo, mesmo que a pessoa tenha tido uma vida fodida o ano todo, sempre há esperança de que tudo vai melhorar...

Desejo a todos vocês que sempre comentam no blog e passam por aqui para dar um oi, um feliz Natal e um próspero Ano Novo.

Que este momento faça com que todos nós nos enxerguemos nossas virtudes, qualidades e potencialidades, auxiliando-nos a mudar tudo aquilo que precisa ser mudado em prol de nosso crescimento no próximo ano.

"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..."

(Mário Quintana)

Saúde, prosperidade e um ano repleto de realizações.
Que venha 2009!

Beijocas!





quinta-feira, 18 de dezembro de 2008





"Sou do tamanho daquilo que vejo e não do tamanho da minha altura."
(Fernando Pessoa)



- Essa frase não é do Drummond, ok?! Leia mais aqui.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Deus de Barack Obama



Logo após o resultado das eleições americanas, fiz um post sobre a vitória do Obama aqui no blog e dias depois comecei a ler o livro de Stephen Mansfield “O Deus de Barack Obama – Porque não existe liderança sem fé”, da editora Thomas Nelson Brasil, do Grupo Ediouro.
Pelo título achei que o livro me ajudaria a entender através da vida religiosa do presidente eleito as mudanças na história política e religiosa dos Estados Unidos que ele veio para representar.

Como alguns leitores do blog já sabem, sou professora e no final do ano me afogo em diários e afins, por isso demorei um pouco para acabar a leitura.
Meu tempo é raro, viu?!
Ainda bem que entre tantas publicações sobre Barack Obama nas livrarias, escolhi ler justamente este livro, que além da vida política, também faz um enfoque na vida religiosa e pessoal dele.

Obama já escreveu que sua mãe o ensinou a ver a religião como um fenômeno que deve ser tratado com o respeito adequado, mas também com o distanciamento apropriado. A Nova Ordem Mundial clamava por alguém assim, racional e coerente com seu tempo. O político - seja cristão, macumbeiro ou ateu - precisa governar para todos.

Sei que sua popularidade hoje na mídia e junto ao povo é inegável, mas pude perceber com a leitura do livro que os feitos de Obama foram as peças fundamentais para a construção da lenda em que ele se transformou. Sua saga contém alguns clichês presentes em heróis da história da humanidade ou da literatura mundial, como a longa busca por um lugar, a falta de um pai, a esperança de um destino...

Eu que já estava apostando as minhas fichas nele (já disse aqui no blog que sua vitória representou para mim a força da democracia e o desejo por mudanças) agora que sei um pouco mais sobre a sua vida e caráter estou ainda mais empolgada com o futuro político dos EUA, pois pelo que pude perceber no livro, o filho de uma norte-americana branca com um africano negro aprendeu a respeitar o preceito cristão que prega ação social, e isso certamente moldou seu modo de fazer política. Pesquisas de opinião indicaram que a maior parte dos norte-americanos com idade entre 17 e 29 anos tinha a intenção de votar no democrata, não só por seu modo de fazer política, mas também pela sua espiritualidade não ortodoxa.

Achei curioso saber que o primeiro presidente negro dos EUA também foi o primeiro estudante africano da universidade do Havaí em 1961 e o primeiro afro-brasileiro eleito presidente da Harvard Law Review. (Pelo visto ele já está acostumado a quebrar pré-conceitos, né?!).
O que eu também não sabia é que ele já ganhou dois prêmios Grammy pela gravação de seus livros: A origem dos meus sonhos e a Audácia da esperança.

Em 2004, quando fez seu discurso na convenção do Partido Democrata, em que apresentou pela primeira vez sua proposta de uma nova política baseada na fé, as pessoas de Boston já o tratavam como um astro de rock, e pelo que li no livro, de certa forma ele já tinha alguma noção do seu destino. Foi com este discurso que ele ganhou projeção nacional. Daí fiquei pensando: além de ser jovem (47 anos), ele chegou onde está em pouquíssimo tempo, né?!

Algumas pessoas têm usado os termos “chamado”, “escolhido” e “abençoado” para descrever Obama. Para mim pode ser uma necessidade do povo de pintar o político como o messias, o salvador da pátria... Mas, como sou supersticiosa, gostei de saber que Obama preencheu os papéis da comissão Federal Eleitoral com a expectativa de se tornar o primeiro presidente negro do país, um dia depois da data em que Martim Luther King Jr. completaria 78 anos.

Bom, mesmo que esteja inserido numa rede de poder e não possa simplesmente romper com ela, após ler o livro acredito ainda mais que o novo presidente dos Estados Unidos da América pode sim modificar o mundo para melhor.

Para finalizar, leiam o discurso sobre religião feito por ele em junho de 2006 (ou vejam o vídeo no you tube):


"...Com o aumento crescente da diversidade americana, os perigos do sectarismo são maiores que nunca. O que quer que nós fôssemos antes, hoje não somos mais uma nação cristã, ou pelo menos não apenas cristã. Somos também uma nação judia, uma nação islâmica, uma nação budista, uma não hindu, e uma nação de descrentes. E mesmo que tivéssemos apenas cristãos, e expulsássemos todos os não-cristãos dos Estados Unidos da América, qual cristianismo ensinaríamos nas escolas??

Seria o de James Thompson ou o de Allan Sharper? Quais passagens da bíblia deveriam ser a nossa política? Deveríamos seguir o Levítico, que diz que a escravidão é aceitável? Que comer camarão é uma abominação? Ou vamos seguir Deuteronômio, que diz para apedrejar um filho, se ele se desviar da fé? Ou vamos nos apegar apenas ao sermão da montanha? Uma passagem que é tão radical, que é improvável que nosso departamento de defesa sobreviveria à sua aplicação (risos e aplausos da platéia).

Então antes de nos empolgarmos demais vamos ler as nossas bíblias. As pessoas não têm lido suas bíblias.

O que leva ao meu segundo argumento, que a democracia exige que os que são motivados pela religião transmitam suas preocupações com relação ao todo, ao invés de valores específicos. Ou seja, que o proponente esteja sujeito à argumentação razoável. Por exemplo, eu posso ser contra o aborto por motivos religiosos, mas se eu quiser aprovar uma lei proibindo a prática, eu não posso usar os ensinamentos da minha igreja ou evocar a vontade de Deus. Eu tenho que dizer por que deveria ser proibido para as pessoas de todas as crenças, inclusive para as pessoas que não têm crença nenhuma.

E isso vai ser difícil para as pessoas que acreditam na inerrância da bíblia, como muitos evangélicos, mas para uma decisão realista não temos outra escolha. A política depende da nossa habilidade de persuadir os outros a se acomodarem à nossa realidade comum. Ela envolve dar o braço a torcer às vezes.

E a um certo nível fundamental, religião não permite dar o braço a torcer. Está na ordem do impossível. Se Deus fala, espera-se que os seguidores sigam suas ordens, não importando as conseqüências. Então submeter a sua própria vida a esse estilo rígido pode ser sublime, mas fazer as nossas decisões políticas baseadas nesses compromissos, pode ser algo perigoso, e se vocês duvidam deixem-me dar um exemplo: Todos nós conhecemos a história de Abraão e Isaque.

Abraão é ordenado por Deus a sacrificar seu próprio filho. Sem exitar ele sobe até a montanha e amarra seu filho no altar. Ele ergue a faca e prepara para agir, como Deus ordenou. Bem, nós sabemos que as coisas acabaram bem, Deus mandou um anjo interceder no último segundo, e Abraão passa do teste de devoção de Deus. Mas é justo dizer se que qualquer um de nós, ao deixar essa igreja, víssemos Abraão no teto de um edifício, erguendo sua faca, nós, no mínimo, chamaríamos a polícia! E esperaríamos que o conselho tutelar tirasse Isaque de Abraão. Nós faríamos isso porque nós não escutamos o que Abraão escutou. Não vemos o que Abraão vê.

Então o melhor que podemos fazer é agir de acordo com aquilo que todos nós podemos ver, e todos nós podemos escutar: as leis comuns e a razão básica.

Então temos trabalho pela frente, mas tenho esperança de preencher a lacuna que existe e vencer o preconceito que aparecem nesse debate, e tenho esperança que milhões de crentes nos EUA querem que isso aconteça. Não importa o quão religiosos ou não-religiosos sejam, as pessoas estão cansadas de ver a religião como arma de ataque.

Elas não querem que a religião seja usada para diminuir e dividir as pessoas, porque no fundo não é como elas vêem a fé em suas próprias vidas."

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Reclamar pra quê?

♥ღ




"Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro"

Caio Fernando Abreu in Ovelhas negras




♥ღ

A segundinha

"A segundinha é como água: se molda. A qualquer horário, qualquer ambiente, qualquer humor. Possui também a rara habilidade de se encaixar na vida do homem que ama sem tomar o espaço útil destinado as tralhas dos filhos, ao cachorro, ao trabalho e, claro, à mulher.
Morre de ciúme quando imagina os dois juntos, tranqüilos, no sofá da sala que construíram para passar a vida. Se rói de ódio mas não reclama porque, quando entrou na historia, já sabia quem era a protagonista. Mas segundinha que é segundinha sempre nutre a esperança de que a fulana vá parar em outra peça, com outros atores, e o deixe todo para ela, numa sala sem o peso dos anos. Num sofá só deles.

Segundinha que se preze tem todos os telefones dele, inclusive o da casa, mas não liga em horários importunos. Nada de sábados à noite, almoços de domingos, nem quando o filhinho pega no sono. Tem ótimo semancol e, apesar de querer profundamente implodir aquele casamento, sabe que não é por aí o caminho que os levará a ficar juntos (não sabe nem se existe o tal caminho). Uma das coisas que ele aprecia nela, entre tantas qualidades enumeradas, é esse bom senso que consome o figado dela mais que talagada matinal de cachaça.

Ela se alegra em descobrir seus defeitos, aprender a lidar com eles, não acha-los tão insuportáveis assim. Admira-o, ouve suas narrativas e é tão boba que fica feliz quando nota que os dois já tem algo pra chamar de “história”, mesmo sendo escrita no rodapé, esmagada pelo corpo do texto do assunto principal. A segundinha fica infeliz por não poder andar de mãos dadas na rua, nem apresentá-lo aos seus amigos ou tomar chope na calçada do Supremo numa noite quente de quinta. Então ela segue sua rota, tentando manter o mínimo de sanidade.

Tenta abstrair o clichê da situação e relaxar. Conhece alguém interessante, corre por fora para não ser pega pelo cheiro do outro, o olhar, o corpo,que cismam em morder seu calcanhar. Às vezes até consegue enganar as lembranças e mergulhar num paraíso temporário sem horas contadas, choros incontidos. Assusta-se ao ver um homem em sua cama sem a necessidade de sair correndo. Relembra como isso é aconchegante. Relembra como deseja que alguém durma com ela, acorde com ela. Mas não demora para a realidade escancarar a porta do quarto e deixar claro que aquele ser é tudo o que ela poderia querer, mas não quer.

Ela passa dias, meses, tentando não enxerga-lo em todos os homens que cruzam seu caminho. Uma das coisas que mais entristece a segundinha é poder, e não desejar, ser a primeira na vida de tantos outros. É odiar ser a segundinha na vida de quem é o primeiro. E da forma mais intensa, o único."
(Ailin Aleixo*)


Este post pode até ser encarado como um complemento do post anterior, mas o fato é que a segundinha é o tipo da mulher digna de pena, pois por mais que queira bancar a gostosona, quem sai por cima é sempre a oficial. Mesmo que um dia o marido abandone a esposa e/ou namorada (o que é raro acontecer) ela sempre será lembrada como a que jogou sujo.Não estou querendo justificar ou defender nenhuma das partes, mas o que me dá mais dó é que a traição do homem é puro tesão, motivada muitas vezes por uma bunda saculejante. Já a bobona da mulher tem sempre um motivo oculto, trai muitas vezes por necessidade de atenção, envolvimento...Eu já fiz essa reflexão no blog antes, mas vale a pena pensar até que ponto cada um não é responsável pela dor sentida...
Quem é perdoado uma vez pode errar novamente. Sei que dizem por aí que quem ama perdoa, mas para mim quem se ama não perdoa uma traição nunca, viu?!


OBS: Desculpem a generalização, hehe! Meu mal é esse!




*Autora de 'Mulher Honesta' e 'Só os Idiotas São Felizes'. Foi durante um tempo colunista da Revista Vip e agors escreve para a revista Criativa. É a escritora contemporânea que escreve sobre banalidades que mais gosto. Tem outras citações dela no blog, é só procurar nos marcadores, na lateral direita, logo após a lista dos meus blogs preferidos.
Para quem se interessar conhecer mais textos, eis o blog dela:

http://mulherhonesta.sites.uol.com.br/

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Canto eucarístico

"Na fila da comunhão percebo à minha frente uma velha,
a mulher que há muitos anos crucificou minha vida,
por causa de quem meu marido se ajoelhou em soluços diante de mim:
"juro pelo Magnificai que ela me tentou até eu cair,
peço perdão, por alma de meu pai morto,
pelo Santíssimo Sacramento, foi só aquela vez, aquela vez só".
Coisas atrozes aconteceram.
Até tia Cininha, que morava longe,
deu de aparecer na volta do dia.
Conversávamos a portas fechadas,
ela com um ar no rosto que eu ainda não vira,
zangando pouco com o menino, deixando ele reinar.
Houve punhos fechados, observações científicas,
sobre a rapidez com que a brilhantina desaparecia do vidro,
sobre como pode um homem, num só dia,
trocar duas camisas limpas.
Irritação, impertinência,
uma juventude amaldiçoada tomando conta de tudo,
uma alegria – que chamei assim à falta de outro nome –
invadindo nossa casa com a sofreguidão das coisas do diabo.
Rezei de modo terrível.
O perdão tinha espasmos de cobra malferida
e não queria perdoar,
era proparoxítono, um perdão grifado,
que se avisava perdão.
"Olha, filha, aquela mulher que vai ali
não é digna do nosso cumprimento."
"'Porque, mãe, não é dí-gui-na?"
"Quando você crescer, entenderá."
Senhor eu não sou digno
que neste peito entreis,
mas vós, ó Deus benigno,
as faltas suprireis.
Na fila da comunhão cantamos, ambas.
A mulher velha e eu."

(Adélia Prado Poesia Reunida, São Paulo, Siciliano, 1991, p. 197):


Respondam para mim: tem como não amar Adélia Prado??? Só se não conhecer a sua obra, né?
Esse texto é um tapa na minha cara, admito que tenho muitas fraquezas e às vezes me esqueço que no final de tudo é entre nós e Deus... (Segundo a minha crença, claro!)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Museu Imperial de Petrópolis

Fiz este post só para divulgar o Museu Imperial, pois fui lá hoje e garanto que é um excelente passeio.

Popularmente conhecido como Palácio Imperial, é um museu histórico-temático, localizado no centro histórico da cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, instalado no antigo Palácio de Verão de Dom Pedro II.
Dentro do museu podem ser encontradas salas de música, jantar, de visitas da Imperatriz, exposições de trajes e jóias da época. Possui grande quantidade de objetos e peças, além de obras raras, como a coroa de Dom Pedro II, que tem dois quilos de ouro e vários brilhantes e pérolas. Um luxo, viu?! Ainda bem que é exibida com medidas de segurança, hehe!

Vale muito a pena ir até a cidade, pois além deste museu, há também outras opções de passeios culturais na cidade. Pena que fui correndo e não me estruturei para ver outros lugares, mas já estou me preparando para voltar lá com tempo.



Detalhe: a foto da coroa achei na net, pois como sempre, não pode fotografar nada dentro do museu.

Mais informações:

Wikipédia
Site oficial do Museu

OBS: Para as mulheres ensandecidas, ainda há a possibilidade de renovar o guarda roupa com o comércio movimentado na Rua Teresa, né?!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Apaixonei

Música perfeita, que conheci graças a microssérie Capitu - que diga-se de passagem, estou amando, viu?! Fico imaginado Machado rindo de nós em seu túmulo: "Nunca saberão! Hahahaha...".

Mas voltando ao assunto do post, onde essa banda Beirut se escondia???

A música (e principalmente a melodia - por ser muito marcante) se encaixaram perfeitamente ao enredo. Que clipe lindo, minha gente!

Hoje também morri ao ver "Iron Man" do Black Sabbath para apresentar Escobar. A trilha sonora da microssérie está mais que perfeita, hehe!






Para aqueles que não entendem a letra, aqui vai a tradução:


Se eu fosse jovem, eu fugiria desta cidade
Enterraria meus sonhos no subsolo

Como eu, nós bebemos para morrer,
nós bebemos essa noite


Longe de casa, elephant gun*

Vamos derrubá-los um a um

Nós os deitaremos, eles não foram encontrados,
não estão por aqui


Que comecem as estações - elas rolam como devem

Que comecem as estações - derrube o grande rei (2x)

E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite

E rasgam a noite


E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite

E rasgam o silêncio, tudo que é deixado é o que eu escondo.



*Elephant gun: é uma arma de calibre largo. Ela tem esse nome porque originalmente eram feitas para uso de caçadores de elefantes ou outras caças perigosas.

Sobre as Vírgulas...

Recebi este texto por email certa vez e me identifiquei na hora, pode até ser porque sou professora de Português, né? Vai saber, hehe! Mas ainda assim postei para quem passar por aqui refletir sobre a importância dos sinais de pontuação para o bom compreendimento de um texto, principalmente na escrita, já que não há como observar o tom, se há ironia ou não e tal...
Enfim, boa leitura a todos!

Campanha dos 100 anos da ABI - Associação Brasileira de Imprensa

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.

Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Férias

Contagem regressiva para as férias. Depois do dia 19 estou liberada e sabe como é... trabalho não mata, mas vagabundagem nem cansa, hehe!
Fiz uma pequena viagem esses dias, nada de especial, lugar perto mesmo, mas já dá pra dar uma renovada na alma, nos conceitos, no humor...
Combinei com meu namorado de viajarmos todo mês a partir do ano que vem, nem que seja para uma cidadezinha-no-meio-do-nada-que-ninguém-conhece e de repente no início de 2010 ir para um lugar legal com uma cultura diferente, que nos acrescente algo novo...
Foda vai ser juntar grana para esse último projeto, viu?!






“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
(Amyr Klink)

Se eu fosse morrer amanhã

FUI CONVOCADA PELO BLOG http://olhandoatraves.blogspot.com/ para revelar 8 coisas que eu faria se fosse morrer amanhã.
Achei bem legal, porque nunca tinha parado para pensar nisso, hehe!
Lá vai a listagem:

1. Diria que amo a minha mãe pela última vez e agradeceria por tudo que fez para mim na vida

2. Comeria um bom prato de lasanha e me empanturaria de brigadeiro até enjoar

3. Lamentaria não ter tido filhos e xingaria meu namorado - que certamente é o homem com o qual quero casar, hehe - pelo fato de não termos nos casado até a véspera do dia da minha morte (sim, produção independente não tem muito a ver comigo!)

4. Salvaria todas as fotos e arquivos que tenho no pc e daria o cd para a Maria Cecília, para que as futuras gerações da minha família soubessem um pouco sobre mim

5. Escreveria uma mensagem de despedida no about me do meu orkut

6. Distribuiria meus bens mais preciosos: daria para meus alunos os meus livros, para as minhas amigas mais fashions todas as minhas maquiagens e meus brincos hippies que comprei ao longo da vida e minhas jóias de ouro distribuiria entre minha irmãzinha do coração e as primas todas (sim, sou filha única)

7. Compraria uma garrafa de amarula

8. Pegaria um avião e iria correndo para a França, batendo um papo com Deus, dizendo que fui uma boa garota, que honrei pai e mãe e blá blá blá...

E vocês, fariam o quê?

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ensinamento, de Adélia Prado

"Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.

Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:

"Coitado, até essa hora no serviço pesado".

Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.

Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo."

(Adélia Prado)


A Adélia é uma das escritoras que mais amo (minha monografia da especialização foi sobre ela!) e apesar de ser suspeita para falar, na minha humilde opinião o poema é perfeito ao falar de amor.
Poucos poemas que abordam essa temática amorosa (que diga-se de passagem é bem batida, né?) me tocam tão profundamente quanto esse.

Bom é ser feliz ao lado de quem te faz bem... Ainda que ele seja estranho, confuso, considerado feio pelos outros, imaturo, ciumento, curta coisas que você não gosta e um milhão de outros fatores que podem ser considerados "problemas" na relação.
Sei lá, mas desde que haja sintonia, respeito às diferenças e sentimento na medida exata para que você seja feliz e faça com que o outro
também se sinta nas nuvens pra mim tá valendo, hehe!
Então precisa definir? Racionalizar? Dar nome aos bois?
Classificar?

E ainda assim, por que será que mesmo sendo um sentimento sublime (no poema foi colocado acima até do estudo, do conhecimento...) a palavra amor é tão banalizada hoje?
As pessoas usam indiscriminadamente e saem por ai magoando outras pessoas e ferindo sentimentos...

Mas até que ponto cada um não é responsável pela dor sentida?
Na minha não tão vasta experiência sobre o assunto acredito que os sentimentos verdadeiros não se explicam em palavras.

Assim como aconteceu no poema, muitas vezes temos essa "resposta" no cotidiano, através dos momentos compartilhados e das omissões.


É um poema tão pequenino e que ainda assim fala muito sobre o cuidado e atenção que devemos ter com aquele que amamos, já que as ações acabam sendo mais importantes que as palavras, né?!
Mas enfim - porque já estou filosofando demais - alguém quer minha receita para não sofrer por causa de amor, do que sentimos e julgamos ser amor e do que nos dizem ser amor?
Infelizmente não tenho, apenas coloco na balança se o saldo tem sido positivo e procuro viver de modo a retribuir a felicidade que é proporcionada a mim!

Simples assim.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Premio Dardos



Este foi um prêmio oferecido a mim pelo blog Meu jeito Barbie de ser. Segundo a tradição blogueira eu devo escolher 15 blogs que eu curto, que acredito que postam textos com temas legais e interessantes e presentear também.

Descrição do selo: "blogueiros que transmitem valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web."


Agradeço a Thályta Kutcher pelo mimo que me deixou muito feliz, pois qual é a graça de escrever um blog e divulga-lo se ninguém o lê, né?!


Eis minha lista:


Olhando através
;)
O instável mundo da Juh
Funny makeup
Bololog- de novo
PequenAprendiz
Words of Baby
Riders on de Storm...
kaka Info
Caderninho lilás
Karapintada
Talitalitalita

Doce com amargo
Idéias de Barbara
Coisas da Lu

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Vaidade



Por Clarice Lispector:

“A mulher, enfeitando-se, cumpre um dever. Ela pratica uma arte, arte delicada, que é mesmo, até certo ponto, a mais encantadora das artes”.


Só por que eu amooooooooo maquiagem, tá?! E acho sinceramente que maquiagem é uma arte: A arte da transformação, hehe!
Meu flickr: http://www.flickr.com/photos/anagabivieira/

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Tatuagem X Preconceito



O que me motivou a fazer esse post foi o fato de eu ter três tatuagens e ser professora. Foi-se o tempo em que a tatuagem era sinônimo de rebeldia. Até aí, nada demais, pois existem vários professores e várias pessoas tatuadas no mundo, né?! Das três tatoos, apenas uma é exposta. As outras são em locais mais discretos. Mas o que realmente me diverte é perceber que algumas pessoas se surpreendem com isso...


Bem, mas a questão é que adoro tatuagens e me assusta esse preconceito ainda existir em 2008. Eis que a curiosidade me fez pesquisar sobre o porquê disso rolar e descobri que a tatuagem feita com perfurações introduzindo um pigmento na pele já era praticada no Egito antigo. A Múmia mais antiga do mundo foi encontrada em 1991, na Itália e data de 5.300 anos antes de Cristo, conservou-se congelada em um bloco de gelo e tinha tatuagens acompanhando toda a espinha dorsal, além de uma cruz numa das coxas e desenhos tribais por toda a perna.


O problema é que durante muito tempo, nos Estados Unidos, a tatuagem esteve associada a classes sócio-econômicas mais baixas, aos marinheiros, às prostitutas e aos criminosos. Muitas pessoas drogadas em bares, envolvidas em brigas de rua, traficantes e vagabundos tinham tatuagem, né?! Li na Wikipédia que o Governo da Inglaterra adotou a tatuagem como uma forma de identificação de criminosos em 1879 e a partir daí a tatuagem ganhou uma conotação fora-da-lei no Ocidente. Assim, durante muito tempo a mente social convencionou a tatuagem a todas essas coisas ruins.
No Brasil, a tatuagem surgiu em meados dos anos 60 na cidade portuária de Santos e foi introduzida pelo dinamarquês conhecido como Lucky Tattoo, que teve sua loja nas proximidades do cais, onde na época era a zona de boemia e prostituição da cidade de Santos. Isto contribuiu bastante para a disseminação de preconceitos e discriminação da atividade. Ta tudo explicado no site da Wikipédia.


Atualmente é tão comum que já está virando um "acessório" do corpo.
Apesar de algumas pessoas ainda torcerem o nariz, sinto que cada vez mais as tatoos perdem o estigma marginal e já deixaram a clandestinidade para ganhar as ruas... Tanto que estão nos corpos de pessoas de várias idades, profissões e classes sociais. 


É claro que a pessoa que fizer tem que estar certa disso, né?! O preconceito ainda existe, então é legal dar preferência a locais do corpo fáceis de esconder com roupa. As minhas são na nuca, no pé e na barriga e dependendo do que estiver usando não aparecem caso eu não queira.



segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Recomendo!


Gente, que coisa mais linda esse filminho que passou na Globo. Sempre ouvi falar, mas nunca dei idéia. Super recomendo para quem gosta de fiminhos românticos agua-com-acuçar, hehe! Emocionei e se tivesse na tpm teria até chorado. Eis a sinopse:

David Abbott (Mark Ruffalo) alugou recentemente um belo apartamento em San Francisco. A última coisa que ele gostaria era dividi-lo com alguém, mas logo surge uma jovem bonita e controladora, chamada Elizabeth (Reese Whiterspoon), que insiste que o apartamento é seu. David imagina que houve um grande mal entendido, até Elizabeth simplesmente desaparece. Ele muda a fechadura de casa mas isto não impede que Elizabeth ressurja, sempre aparecendo e sumindo como se fosse em um passe de mágica. David fica então convencido de que Elizabeth é um fantasma e passa a tentar ajudá-la a passar para o "outro lado" do pós-vida. Só que ela está convencida de que também está viva e se recusa a fazer qualquer travessia
.

1º de dezembro

Caraaaaaca!
Último mês do ano, hehe!
A minha ficha caiu logo que comecei a ver as luzes de Natal, mas quando virei o calendário e vi que estamos em dezembro deu uma nostalgia...
Eu fico pensando em tudo que prometi realizar durante o ano e o que realmente realizei, os projetos que nem estava pensando e consegui colocar em ação. Adoro quando o inesperado acontece trazendo surpresas!

"As coisas que não aconteceram não fracassaram, escolheram outros passados."(Carpinejar)

A vida é uma constante transição e tudo é relativo, né?! E muitas vezes o que a gente acredita ser um fracasso, com o passar do tempo percebemos ser um ótimo acontecimento.

Bom, fazendo um balanço:


O que realizei em 2008:
*consegui minha tão sonhada vaga em um serviço público (Aeeeeeeee!)
*solidifiquei o relacionamento que eu havia começado em dezembro de 2007 (E que é fonte de muitas alegrias!)
*voltei a malhar (Ok, não tem um mês ainda, mas tá valendo, hehe!)
*saí sempre com minhas amigas (sim, jurei que apesar de estar namorando eu não iria me isolar)
*fiz um curso sobre pró-letramento
Nem tudo estava nos meus planos, mas novos projetos foram substituídos por outros...

O que prometi e não fiz em 2008:
*fazer francês
*mudar de cidade
*comprar um carro
*fazer prova de mestrado
*emagrecer (ah, até emagreci um pouco, mas não o que tinha como meta)
Detalhe que eu já tenho outras prioridades e alguns destes projetos ficarão para mais tarde! É aquela velha história: percebi que não devo atropelar as coisas.

O que pretendo em 2009:
*juntar dinheiro (isso equivale a comprar menos roupa, sapato e maquiagem!!!)
*fazer dança do ventre
*quitar todas as minhas dívidas pendentes (medida impotantíssima, que quero terminar até julho)
*emagrecer
*mudar de cidade (projeto para final de 2009 ou início de 2010)
*ler mais
*conseguir outro emprego público

Bem, é isso!

;)