quarta-feira, 5 de dezembro de 2012



Amei certo as pessoas erradas.
Amei errado as pessoas certas.
Nunca fui bom em amar e ser amado.
Amar me parece coisa de profissional
e não para amadores como eu.
Sergio Vaz



sábado, 13 de outubro de 2012

O misterioso fascínio dos barbudinhos





"Não se conhece bem um homem que nunca deixou a barba crescer. Digo isto sem preconceitos porque não mais pertenço a confraria dos barbados. Mas estou convencido de que se conhece mal um homem que nunca deixou irromper na floresta de seu rosto, o outro, o selvagem, o agente adormecido, o hirsuto... Há mulheres que, tendo conhecido a sabedoria erótica da barba nos lençóis do dia, nunca mais se contentarão com a banalidade barbeada de outros amores... Indizível prazer é esse de confiar a barba. Inconsciente. Ritualisticamente. Bem dizia Walmor Chagas outra noite, num jantar, quando se discutia a metafísica da barba: a barba é uma máscara como no teatro - é outro em nós, um modo de o personagem se experimentar em cena..."
(Trecho extraído do livro "Que Presente Te Dar ", de Affonso Romano de Sant'ana)





Não é de hoje que é divulgado que muitas mulheres não curtem homens barbudos. Guiadas pelo senso comum, muitas acreditam que é coisa de homem maloqueiro. Só que eu sou uma das que remam contra a corrente e sentem tesão por homem com barba. Não sei se tem a ver com a minha alma neo-hippie, se é porque sempre curti idealistas/revolucionários, se é o fato de relacionar a barba com inteligência e virilidade.  Se bem que os barbudos não são inteligentes porque têm barba, eles têm barba por serem inteligentes! Enfim, é algo inexplicável... 
Diversos homens que eu admiro, de Che Guevara aos meninos dos Los Hermanos (passando por Brad Pitt e Johnny Depp - galãs da minha geração) ostentam ou ostentaram barbas maravilhosas. E o Beckham, gente?! A melhor fase dele é quando está barbudinho, talvez por dar uma certa "quebrada" na perfeição hollywoodiana...

Vim aqui apenas fazer um apelo: Homem, deixe sua barba crescer! Seja por preguiça,  rebeldia ou idealismo, não importa.Certeza que você conquistará a nata, porque há poucas "barbudetes" e, por isso mesmo, nós somos tão especiais.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ALQUIMIA SENSUAL





"Tirante meus olhos e mãos
quero me transformar em seu corpo
com toda nudez experiente
do passado e do presente

E naquela noite
entre suspiros
terei aguardado a hora incrível
de tirar o sutiã"


[Cacaso]


 Excitante, né?! E não é só o suor dos corpos e muito menos a mistura de pés, mãos, beijos e carícias. Até porque, isso não me preenche... Uma necessidade fisiológica não me faz esquecer que minhas urgências se prendem à exigências. Às vezes acho que jamais me contentarei com a banalidade de falsos amores...

domingo, 23 de setembro de 2012

Quem me estuprou

"Hoje fui estuprada. Subiram em cima de mim, invadiram meu corpo e eu não pude fazer nada. Você não vai querer saber dos detalhes. Eu não quero lembrar dos detalhes. Ele parecia estar gostando e foi até o fim. Não precisou apontar uma arma para a minha cabeça. Eu já estava apavorada. Não precisou me esfolar ou esmurrar. A violência me atingiu por dentro.
A calcinha, em frangalhos no chão, só não ficou mais arrasada do que eu. Depois que ele terminou e foi embora, fiquei alguns minutos com a cara no chão, tentando me lembrar do rosto do agressor. Eu não sei o seu nome, não sei o que faz da vida. Mas eu sei quem me estuprou.
Quem me estuprou foi a pessoa que disse que quando uma mulher diz “não”, na verdade, está querendo dizer “sim”. Não porque esse sujeito, só por dizer isso, seja um estuprador em potencial. Não. Mas porque é esse tipo de pessoa que valida e reforça a ação do cara que abusou do meu corpo.
Então, quem me estuprou também foi o cara que assoviou para mim na rua. Aquele, que mesmo não me conhecendo, achava que tinha o direito de invadir o meu espaço. Quem me estuprou foi quem achou que, se eu estava sozinha na rua, na balada ou em qualquer outro lugar do planeta, é porque eu estava à disposição.
Quem me estuprou foram aqueles que passaram a acreditar que toda mulher, no fundo no fundo, alimenta a fantasia de ser estuprada. Foram aqueles que aprenderam com os filmes pornô que o sexo dá mais tesão quando é degradante pra mulher. Quando ela está claramente sofrendo e sendo humilhada. Quando é feito à força.
Quem me estuprou foi o cara que disse que alguns estupradores merecem um abraço. Foi o comediante que fez graça com mulheres sendo assediadas no transporte público. Foi todo mundo que riu dessa piada. Foi todo mundo que defendeu o direito de fazer piadas sobre esse momento de puro horror.
Quem me estuprou foram as propagandas que disseram que é ok uma mulher ser agarrada e ter a roupa arrancada sem o consentimento dela. Quem me estuprou foram as propagandas que repetidas vezes insinuaram que mulher é mercadoria. Que pode ser consumida e abusada. Que existe somente para satisfazer o apetite sexual do público-alvo.
Quem me estuprou foi o padre que disse que, se isso aconteceu, foi porque eu consenti. Foi também o padre que disse que um estuprador até pode ser perdoado, mas uma mulher que aborta não. Quem me estuprou foi a igreja, que durante séculos se empenhou a me reduzir, a me submeter, a me calar.
Quem me estuprou foram aquelas pessoas que, mesmo depois do ocorrido, insistem que a culpada sou eu. Que eu pedi para isso acontecer. Que eu estava querendo. Que minha roupa era curta demais. Que eu bebi demais. Que eu sou uma vadia.
Ainda sou capaz de sentir o cheiro nauseante do meu agressor. Está por toda parte. E então eu percebo que, mesmo se esse cara não existisse, mesmo se ele nunca tivesse cruzado o meu caminho, eu não estaria a salvo de ter sido destroçada e de ter tido a vagina arrebentada. Porque não foi só aquele cara que me estuprou. Foi uma cultura inteira.
Esse texto é fictício. Eu não fui estuprada hoje. Mas certamente outras mulheres foram."

[Aline Valek]


Fiquei sensibilizada com este texto.  Acredito que o grande lance é não culpar e/ou responsabilizar a mulher pelos atos de covardia que ela sofre da sociedade machista e combater essa cultura que responsabiliza a vítima feminina pela agressão sofrida.

domingo, 16 de setembro de 2012

Dúvida.

A tênue linha entre amar uma pessoa 

E amar a ideia que se tem da pessoa

E amar o que vemos de nós na pessoa

E amar o amor que se sente pela pessoa

E amar o sexo que se faz com a pessoa




sábado, 4 de agosto de 2012

Liberdade

LIBERDADE (latim libertas, -atis) s. f. 1. Direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem. 2. Condição do homem ou da nação que goza de liberdade. 3. Conjunto das ideias liberais ou dos direitos garantidos ao cidadão. 4. [Figurado] Ousadia. 5. Franqueza. 6. Licença. 7. Desassombro. 8. Demasiada familiaridade


"Realmente, só pelo fato de ser consciente das causas que inspiram minhas ações, estas causas já são objetos transcendentes para minha consciência; elas estão fora. Em vão tentaria apreendê-las. Escapo delas pela minha própria existência. Estou condenado a existir para sempre além da minha essência, além das causas e motivos dos meus atos. Estou condenado a ser livre. Isso quer dizer que nenhum limite para minha liberdade pode ser estabelecido exceto a própria liberdade, ou, se você preferir; que nós não somos livres para deixar de ser livres."
[Jean-Paul Sartre, in O Ser e o Nada (1943), Quarta Parte]

Muitos filósofos têm escrito sobre a liberdade. Falamos sobre liberdade — liberdade para fazer o que quisermos, para ter o emprego de que gostamos, liberdade para escolher uma mulher ou um homem, liberdade para ler qualquer livro, ou liberdade para não ler absolutamente nada. Somos livres, e o que fazemos com essa liberdade? Usamos essa liberdade para nos expressarmos, para fazer aquilo de que gostamos. A vida está se tornando cada vez mais permissiva — você pode fazer amor no parque ou no jardim.
Temos toda espécie de liberdade, e o que temos feito com ela? Pensamos que onde há escolha há liberdade. Eu posso ir à Itália ou à França: é uma escolha. Mas a escolha dá liberdade? Por que temos que escolher? Se você é realmente lúcido, tem uma compreensão exata das coisas, não há escolha. Disso resulta uma ação correta. Apenas quando há dúvida e incerteza é que começamos a escolher. A escolha, então, se vocês me permitem dizê-lo, constitui um empecilho para a liberdade.
Nos estados totalitários não há liberdade alguma, pois eles têm a idéia de que a liberdade produz a degeneração do homem. Portanto, eles controlam, reprimem — vocês sabem o que está acontecendo.
Então, o que é liberdade? É algo que se baseia na escolha? É fazer exatamente o que queremos? Alguns psicólogos dizem que, se você sente alguma coisa, não deve reprimi-la ou controlá-la, mas deve expressá-la imediatamente. Jogar bombas é liberdade? — veja apenas a que reduzimos a nossa liberdade!
A liberdade está lá fora, ou aqui dentro? Onde você começa a procurar pela liberdade? No mundo exterior — onde você expressa o que quer que você queira, a tal liberdade individual — ou a liberdade começa dentro de você, para então se expressar inteligentemente fora de você? Compreendeu a minha pergunta? A liberdade só existe quando não há confusão dentro de mim, quando, psicologicamente, religiosamente, não há o perigo de eu cair em nenhuma armadilha — você entende? As armadilhas são inúmeras: gurus, sábios, pregadores, livros excelentes, psicólogos e psiquiatras — tudo armadilhas. E se estou confuso e há desordem, não preciso, primeiro, me livrar dessa desordem antes de falar em liberdade? Se não tenho nenhum relacionamento com minha mulher, com meu marido, ou com outra pessoa — porque nossos relacionamentos são baseados em imagens — surge o conflito, que é inevitável onde há divisão. Então, não deveria eu começar por aqui, dentro de mim, na minha mente, no meu coração, a ser totalmente livre de todos os medos, ansiedades, desesperos, e das mágoas e feridas de que sofremos por causa de alguma desordem psíquica? Observe tudo por si mesmo e livre-se disso!
Mas, aparentemente, nós não temos energia. Nós nos dirigimos aos outros para que nos dêem energia. Falando com o psiquiatra nós nos sentimos aliviados — a confissão e tudo o mais. Sempre dependendo de alguma outra pessoa. E essa dependência, inevitavelmente, causa conflito e desordem. Então, temos de começar a compreender a profundeza da liberdade; precisamos começar com aquilo que está mais perto: nós mesmos. A grandeza da liberdade, a verdadeira liberdade, a dignidade, a sua beleza, está em nós mesmos quando a ordem é completa. E essa ordem só vem quando somos uma luz para nós mesmos.
Jiddu Krishnamurti


Ainda não havia escrito aqui sobre a minha nova tatuagem: 11 pássaros saindo de uma gaiola. É, agora já são nove desenhos. Sei que um dia vou envelhecer e não me importo se terei que esticar a pele para ver os desenhos eternizados no meu corpo quando jovem... Talvez porque além de "enfeitar" cada um acaba representando uma marca na alma e/ou uma ideologia defendida em determinada época da minha vida. Sim, é isso mesmo... Eu vejo a tatuagem como algo que explicita o estilo, o gosto pessoal e a ideologia de uma pessoa.  De uma certa maneira, ao faze-las eu me sinto livre e dona do meu corpo e das minhas vontades. Adoro cada marca que ostento e faço quando tenho alguma ideia, ou quando me identifico com alguma coisa. Ainda que não tenha muita certeza sobre os motivos que me levam a escolher determinado tema, vejo esses desenhos na minha pele como sinônimos de diferenciação. No passado, era uma prática comum nos guetos e até bem pouco tempo as pessoas tatuadas eram discriminadas pela sociedade. E ainda hoje eu esbarro com criaturas que representam esse comportamento. Muitas pessoas olham torto, até mesmo pelo fato de eu ser professora.  Sendo radical, possivelmente são as mesmas que levantam bandeira contra negro, homossexual, mulher... Problemas de nossa sociedade, né?! Vai entender... Não vou me prolongar porque já fiz uma reflexão sobre tatuagem e preconceito neste post aqui.Só sei que eu quero que o meu corpo conte a minha história quando eu estiver cansada demais para falar.



quarta-feira, 30 de maio de 2012

Marcha das Vadias - 2012

Esse fim de semana aconteceu a Marcha das Vadias em várias cidades do Brasil. Eu não vou me prolongar no assunto porque já falei sobre isso no ano passado e você pode ler neste link aqui.
Infelizmente, a marcha ainda se faz necessária porque até hoje tem gente jogando pedra na Geni...








terça-feira, 22 de maio de 2012

Vênus, obrigada por tudo!



Quando sua voz me falou: Vamos
Eu vi Deus sentado em seu trono: Vênus
A religião que nós dois inventamos
Merece um definitivo talvez... pelo menos
Perceba que o que me configura
É sempre essa beleza
Que jorra do seu jeito de olhar
Do seu jeito de dar amor
Me dar amor
Não te dei nada que seja impuro
No futuro também vai ser assim
Se hoje amanheceu um dia escuro
Foi porque capturei o sol pra mim
Perceba que o que te configura
É sempre essa beleza
Que jorra do meu jeito de olhar
Do meu jeito de dar amor
Te dar amor
Perceba que o que nos configura
É sempre essa beleza
Que jorra do nosso jeito de olhar
Nosso jeito de dar amor
Nos dar amor
Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

(Paulinho Moska)

OBS.: Por muito tempo eu vivi presa em uma ideia romântica, idealizada e até possessiva de amor. Buscava exterminar o que eu julgava ser um vazio a ser preenchido, até que mudei o foco e percebi que é em uma página em branco que um poema surge.
De uma certa maneira, eu procuro um amor que me liberte e não que me prenda, porque com o tempo eu percebi que o amor não deve ser idealizado, mas ainda pode ser um ideal. E essa diferença, apesar de sutil, desencadeia situações bem diferentes.
E que eu possa descobrir a cada dia novas maneiras de amar.




segunda-feira, 30 de abril de 2012

A velhice te assusta?


 Zanzando na net hoje me deparei com esta foto, uma das mais belas imagens que já vi... Sei que a velhice física assusta muitas pessoas, principalmente jovens que cresceram neste mundo de culto ao belo.
Só que eu não me importo com isso, acho que serei uma coroa vaidosa, mas que ostentará com orgulho as rugas e marcas características da idade que eu vier a ter.
Talvez seja porque eu já aprendi a aceitar e conviver com as imperfeições do meu corpo. Sim, o corpo de uma mulher de 28 anos não é como o corpo de uma adolescente de 18 anos. Tenho celulites em 3D e a minha primeira tatuagem foi feita numa cinturinha de pilão, mas eu continuo ostentando orgulhosa a danada  mesmo ela estando rodeada de gordurinhas! E vou vivendo assim, tentando melhorar o que posso e aceitando o que não dá, porque é da estrutura do meu corpo ou da minha genética.
Acredito que aos 60 anos pensarei que certas coisas serão características da idade, como as limitações físicas, os cabelos brancos e as rugas, que são o grande temor das mulheres!
Defendo que cada ruga deveria ser vista como uma dádiva recebida, porque representa uma história, seja de alegria ou de tristeza.
 Ah sim, também quero um coroinha que pegue no meu traseiro de jeito, como esse da foto!






sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sorrisos



Já faz tempo que meu sorriso não tem dono, só motivos! E isso me deixou tão mais leve...

domingo, 8 de abril de 2012

Ras Tafari





Haille Sellassie - Imperador da Etiópia - nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até o Rei Salomão e a Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.
É considerado o símbolo religioso do Deus encarnado, entre os adeptos do movimento rastafári, que conta com aproximadamente 600.000 seguidores atualmente. Os rastafáris também o chamam de H.I.M., sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty), Jah, Ras Tafari e Jah Rastafari.
Durante o seu governo, a repressão a diversas rebeliões entre as raças que compõem a Etiópia, além daquele que é considerado como o fracasso do país em se modernizar adequadamente,rendeu-lhe críticas de muitos contemporâneos e historiadores.
Seu protesto na Liga de Nações, em 1936, contra o uso de armas químicas contra o seu povo foi não só um prenúncio do conflito mundial que se seguiria, mas também representou o advento do que se chamou de "refinamento tecnológico da barbárie", característica que veio a marcar as guerras do período.
Selassie era um orador talentoso, e alguns de seus discursos foram considerados entre os mais memoráveis do século XX. Suas visões internacionalistas levaram a Etiópia a se tornar membro oficial das Nações Unidas, e sua experiência e pensamento político ao promover o multilateralismo e a segurança coletiva provaram-se relevantes até os dias de hoje.

Retirado do site Wikipédia

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Nem putas, nem santas!



NUNCA chamarei PUTA a outra mulher; 
NINGUÉM poderá convencer-me no calor do momento a NÃO USAR CAMISINHA;
 JAMAIS engravidarei para ter um homem AO MEU LADO; 
NINGUÉM PODERÁ ME JULGAR pelo número de pessoas com quem FAÇO SEXO;
 TENHO a responsabilidade de LUTAR pelos direitos da MULHER; 
NÃO ACEITAREI NENHUM TIPO DE VIOLÊNCIA contra mim; 
NÃO ME DARÁ NEM MEDO NEM VERGONHA se eu gosto de mulheres; 
as MULHERES QUE “FICAM PRA TITIAS” NÃO EXISTEM, eu DECIDO se me caso ou não.

quinta-feira, 8 de março de 2012

08 de Março

"Silêncio enquanto dou voz a este corpo!
Nasci nua, mas logo que perceberam uma pequena abertura entre minhas pernas vestiram-me de opressões e perseguições, me modelaram conforme o ritual, a moral e a economia exigiam: submissa, proibida, inferior, culpada… culpada… culpada…
Assim batizaram minha vagina e a extensão deste corpo.
Assim educaram este corpo para servir e reproduzir a educação do servir.
Assim esqueceram este corpo na construção das leis.
Assim desenharam este corpo sempre em pedaços de acordo com os objetivos da propaganda: princesa, bruxa, puta, esposa, mãe, criminosa.
Assim a expressão do que este corpo deseja e rejeita realizou-se clandestinamente durante muito tempo… clandestinamente… clandestinamente…
Foi assim, arrancando da pele marcas de injustiças, violências e castrações, caminhando capenga com o peso do mundo dos homens em minhas costas, ventre, mente, passos… que então me rebelei arrombando a porta de um destino mal fabricado, queimando as folhas dos contos dos fodas.
Experimentei o conhecimento, o prazer da luta.
Criei novas palavras para nomear o que quero e do que sou capaz e hoje grito:
Meu corpo é meu território!"
.
Texto construído coletivamente e interpretado na abertura da vigília organizada pelo Fórum Cearense de Mulheres, no Dia Internacional de Luta pelo fim da violência contra as mulheres [25/11] em Fortaleza."



Hoje não é dia de receber flores que remetem a uma fragilidade que não existe. É dia de reflexão.
Que a luta daquelas mulheres que morreram queimadas lutando pela liberdade no dia 8 de março de 1857 não tenha sido em vão...
Parabéns a todas que lutam contra essas vestimentas impostas por uma sociedade machista e aos homens que respeitam e valorizam as mulheres.