segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Refletindo...

"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos, e às vezes esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta." (Autor desconhecido)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Bossa Nostra"

"Não me distancio muito de mim
e quando saio não vou longe
fico sempre por perto.
Depende da hora e da cor.
Depende da hora,
da hora, da cor e do cheiro
Cada cor tem o seu cheiro,
cada hora lança sua dor.
E dessa insustentável leveza de ser,
eu gosto mesmo é de vida real."

"Bossa Nostra" - Nação Zumbi

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Educar nos três tempos: passado, presente e futuro

"Eu educo hoje, com os valores que recebi ontem para as pessoas que são o amanhã.

Os valores de ontem, os conheço. Os de hoje, percebo alguns.

Dos de amanhã, não sei. Se só uso os de ontem, não educo: condiciono.

Se só uso os de hoje, não educo: complico.

Se uso os de amanhã, não educo: faço experiências às custas das crianças.

Se uso os três, sofro. Mas educo.

Por isso, educar é perder sempre, sem perder-se.

Educa quem for capaz de fundir ontens, hojes e amanhãs, transformando-so num presente onde o amor e o livre arbítrio sejam as bases.

Educa quemn educará porque é capaz de dotar os seres dos elementos de interpretação dos vários "presentes" que lhe surgirão repletos dos "passados" em seus "futuros". "


Arthur da Távola

Não são do Mário Quintana

POR EMÍLIO PACHECO – TRADUTOR E JORNALISTA
*Estudioso das obras do Poeta Mário Quintana

Atenção: os textos que serão citados abaixo não são de Mario Quintana! Não importa onde você os tenha visto com a autoria atribuída ao poeta.

Vamos começar com os dois mais freqüentes:

"Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem. (...) Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."

Esse já foi declamado por Bruno e Marrone em seus shows e circula pela Internet das mais diversas formas. Existe até uma montagem sobre uma bela foto de dois namorados se beijando. A dificuldade maior em convencer os incautos de que não é de Quintana advém do fato de que o verdadeiro autor ainda não foi descoberto. Provavelmente se originou de algum blog a partir de um amontoado de frases, pois ele contém até mesmo uma citação (não creditada) de Saint-Exupery: "Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas." Já a frase do olhar e da longa explicação é tida como um provérbio árabe, inclusive aparecendo aqui em inglês. Esse "Frankenstein" vem crescendo e recentemente ganhou mais um apêndice: a observação de que "para o homem provar que é homem, não precisa ter mil mulheres, basta fazer uma feliz".

O outro "campeão" dos blogs e e-mails é aquele que começa assim: "Com o tempo você vai percebendo que, para ser feliz com outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela". E encerra com a afirmação clássica: "O segredo é não correr atrás das borboletas. É cuidar do jardim para que elas venham até você". Ouvi dizer que até camiseta já apareceu no Brique da Redenção contendo essa frase e assinatura de Mario Quintana. Também não se sabe ao certo quem é o autor, mas pelo menos há uma página na Internet em que o poema aparece com a autoria de Kátia Cruz. Já o ditado das borboletas também é atribuído a D.Ehlers. Se é verdade ou não, difícil saber, mas pelo menos já são alternativas de nomes para apresentar a quem perguntar.

Os cinco textos a seguir são de autoria de Martha Medeiros, mas também circulam como se fossem de Quintana:


Felicidade Realista
Promessas Matrimoniais
Sermão do Casamento (também conhecido como "Casamento na Igreja")
Sentir-se Amado
A Impontualidade do Amor


Aqui, é curioso que as pessoas atribuam a Quintana textos em prosa que nada têm a ver com o estilo dele. Talvez por influência de Vinicius de Moraes, existe uma falsa idéia de que todos os poetas de destaque falavam de amor. Quintana até falava, mas muito raramente. Ele tinha a pureza e a castidade de um menino. No entanto, a geração Internet quer imaginar aquele simpático velhinho usando de sua sabedoria para dar conselhos a casais enamorados. Mesmo que, para satisfazer a essa fantasia, coloquem em sua boca palavras como "sarado" (em "Felicidade Realista") e a citação de uma data quatro anos posterior à sua morte (em "Sermão do Casamento"). Martha fez menção a essas confusões mais de uma vez, notadamente em "Clonagem de Textos" e "A Crônica Sobre a Desinformação".

Outro poema muito citado é "A Idade Para Ser Feliz". Seu verdadeiro autor é Geraldo Eustáquio de Souza, como pode ser conferido no link. Já "Amor é Síntese" merece ser reproduzido na íntegra, pois não só sua verdadeira autora é Mirtes Mathias, como o verso final aparece adulterado. Em sua versão apócrifa, o poema termina com a frase: "E eu serei perfeito amor". O correto é:

Por favor, não me analise
Não fique procurando
cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise
profunda, quanto mais eu!
Ciumenta, exigente, insegura, carente
toda cheia de marcas que a vida deixou:
Veja em cada exigência
um grito de carência,
um pedido de amor!

Amor, amor é síntese,
uma integração de dados:
não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
(ninguém abraça um pedaço),
me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeita, amor!

(Do livro "Bom dia amor!", Mirthes Mathias, Juerp, 1990)


Às vezes o verdadeiro autor de um texto ou poema de grande sucesso é um ilustre desconhecido. Ou, para ser mais exato, uma ilustre desconhecida. Um dos mais populares "falsos Quintanas" é aquele que começa: "Não quero que ninguém morra de amor por mim." Sua autora é uma moça chamada Adriana Britto, que pode ser encontrada no Orkut. Já o poema que se tornou conhecido com o nome de "Deficiências" ou "Dicionário do Quintana" é na verdade a parte final de um texto redigido pela professora Renata Vilella, da escola Flor Amarela. As frases da professora ("Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, etc.") foram rearranjadas em forma de versos e acabaram se tornando um manifesto contra o preconceito.. Hoje a professora luta para ver sua autoria reconhecida. Na seção "Notícias On-line" do site da escola, ela comenta:

Há meses recebi um e mail dizendo que circulava na internet o texto que está escrito na minha apresentação como sendo de autoria de Mário Quintana, não levei a sério, para falar a verdade me senti até honrada, porém quando o senado federal divulgou no folder do Dia Nacional de Valorização da Pessoa com Deficiência escrevi uma mensagem para o Senador Flávio Arns, autor do projeto, pedindo que esclarecesse, mas não obtive resposta. Como o texto foi escrito no final de 1990, quando eu estava indo para o interior de Minas e Mário Quintana ainda era vivo, nem psicografado pode ter sido.

Outros exemplos de apócrifos atribuídos a Quintana, mas de autores desconhecidos:


Algo sobre o amor ("Para meus amigos que estão solteiros... casados... etc.").
Amadurecimento ("Aprenda a gostar de você, a cuidar de você, e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.")
"Se for para esquentar, que seja no sol, se for para roubar, que seja um beijo, etc."
"Sentir primeiro, pensar depois/ perdoar primeiro, julgar depois, etc."


A cada dia parece surgir um novo texto ou poema falsamente atribuído a Quintana, de forma que é praticamente impossível compilar uma lista completa. Esta foi iniciada por Lúcia Kerr Jóia, depois veio sendo atualizada com a ajuda de vários colaboradores, como Jane Araújo, Westh Ney e outros. Por fim, existe um poema que é, sim, de Quintana, mas aparece na Internet de forma totalmente modificada, a começar pelo título de "O tempo" ou "A vida", ambos errados. Eis o poema correto:

SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente...

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.


Esse é o poema completo, mas os "amantes do óbvio" enxertaram o verso "quando se vê, perdemos o amor da nossa vida" e acrescentaram o seguinte final: "E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará." Há variações, mas não importa: são adendos indevidos.

O livro "Poesia Completa", da Editora Nova Aguilar, contém toda a obra de Quintana. O que não estiver ali, não é dele. E quando alguém vai avisar a Ana Maria Braga para que deixe de ler no ar poemas enviados por telespectadores? Essa é a melhor maneira de disseminar apócrifos! Depois ela ainda publica os textos no site do programa dela. Os "Quintanas" que estão lá são todos falsos!

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Moda: a divindade moderna

"Andem na moda, claro!

Adotem penteados, pinturas, adereços modernos!

Mas modernizem, antes de qualquer coisa, a sua mentalidade!"

Clarice Lispector


O Oroborus é uma serpente engolindo a própria cauda. A imagem é uma das mais antigas e universais sendo possível encontrá-la desde os tempos mais remotos, em culturas tão diversas quanto distantes. Há representações de Oroborus em figuras persas, maias, egípcias, celtas, chinesas, nórdicas, gregas, medievais e hindus. Mesmo apresentando muitas variações de formato, ou ainda sendo usado em conjunto com outros símbolos místicos, o Oroborus sempre manteve um significado singular em todas as culturas em que esteve presente: o infinito, a imortalidade, a eternidade, o renascimento. Por conseguinte, era também associado à regeneração, às fases lunares, à vida após a morte e também à totalidade universal, com seus ciclos transformadores de destruição e reconstrução.

A moda é o Oroborus da sociedade atual. Diferente dos clássicos greco - romanos que cultuavam deuses do Olimpo, o homem moderno cultua a moda como se ela representasse uma força mais onipotente, onisciente e onipresente do que os próprios deuses. E a representação física deste novo deus moderno só poderia se fazer através da imagem de Oroborus. Destruindo-se e renovando-se, ela representa o infinito ciclo de superação e criação com que o homem lida com o que há de mais natural é essencial: cobrir o corpo.

De acordo com o dicionário moda é uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e, sobretudo, de se vestir e pentear. Sendo assim, seria moda tudo aquilo que é usado durante um tempo descartável e que, consequentemente, é abandonado e substituído por algo que – para muitos – torna-se evidentemente melhor.
Jaqueta com ombreiras gigantescas; calça boca de sino; calça jeans com nesga; sapato cavalo de aço; franja Chitãozinho e Xororó; fita com laços enormes para usar no cabelo; brincos de bola coloridíssimos de pressão; esmalte rosa opaco... Uma foto antiga pode revelar com clareza o que é a moda de um tempo e o que é o tempo para a moda. E a moda de um tempo também pode ser definida como os valores, as crenças, os medos e os sonhos de uma época.

Ainda que um brechó pretenda reviver e renovar peças antigas, os valores representados por elas acabam por se perder com o tempo. Assim, ontem, um perfume Channel nº 5, por exemplo, que era referencial de uma minoria privilegiada, hoje pode ser adquirido por mais pessoas, por preço mais acessível e já sem a sofisticação e o fetichismo com que era consumido.

É o Oroborus com seus ciclos transformadores de destruição e reconstrução, num constante movimento de superação das próprias regras e expectativas. A moda vai criando normas e destruindo-as, impondo costumes e renovando-os. As ombreiras gigantes retornam com traços futuristas; a calça boca de sino reaparece como ícone fashion do passado nas passarelas do presente; a nesga invade as calças, blusa e saias; o cavalo de aço é batizado com outro nome e ganha novas cores; a franja surge repaginada e tornando as mulheres todas iguais (novamente); os laços enormes espalham-se por todo o vestuário; os brincos de bola descolorem e proliferam nas vitrines e o esmalte rosa opaco ganha embalagens mais bonitas. E as pessoas que pensam estar usando novas roupas se vestem de roupas novas sem perder o vínculo com o passado. Os valores, as crenças, os medos e os sonhos são outros, mas a moda que cobre os corpos é a mesma.

O Olimpo se expande e pode ser Paris, Milão ou New York, os altares de pedra são substituídos por vitrines de vidro e manequins de plástico, a adoração pode ser realizada nas platéias dos desfiles... A divindade moderna vai reabastecendo sua força a cada estação, à cata de superar-se e surpreender-nos, a custa de uma constante magia que se torna ultrapassada e descartável. Tal como Oroborus a moda realizada seu infinito ciclo e o homem, sedento e dependente, consome-se.

Juliana Gervason,
Professora de Literatura. Trabalha nos Colégios Granbery e Apogeu. Formada em Letras - UFJF. Especialista em Estudos Literários - UFJF. Mestre em Literatura Brasileira - CESJF. E, atualmente, cursa Doutorado em Estudos Literários, também pela UFJF, atuando na área de Teopoética e pesquisando a obra de Clarice Lispector. Além disso, está cursando Design de Moda na Estácio de Sá. Literatura é seu objeto de estudo, de trabalho e de lazer! www.fiztrinta.blogspot.com


Extraido de http://www.ecaderno.com/Colunas/1036/Juliana%20Gervason/Moda:-a-divindade-moderna

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Carta aberta a população do Estado do Rio de Janeiro – Vista a camisa da Educação!

Nós, professores servidores do Estado do Rio de Janeiro, escrevemos esta carta aberta à população do Rio de Janeiro para mostrar aquilo que realmente envolve a questão a incorporação da gratificação chamada Nova Escola e a diminuição do nosso plano de carreira.

A princípio, não foi dito o valor do salário do professor estadual, que é de apenas R$ 607,26. A população deve imaginar que recebemos alguma ajuda extra, como vale transporte, vale refeição, que qualquer empresa é obrigada a pagar a seu funcionário. Porém, não é isso o que acontece: não recebemos estes benefícios que são direitos de todo o trabalhador e ainda temos o desconto previdenciário de 11%, recebendo um salário líquido de aproximadamente R$ 540,00.

O Governo faz propagandas na televisão dizendo que deu laptops para todo professor, mas na verdade, estes laptops foram adquiridos pelo sistema de comodato, ou seja, estes equipamentos são emprestados pelo governo que, quando bem entender, pode pedir os mesmos de volta. Atualmente, observamos a climatização das salas de aula, onde o Governo aluga os aparelhos e ainda terá um consumo absurdo de energia elétrica, gerando consumo de energia bastante elevado.

A incorporação do Nova Escola se dará até 2015, em 7 parcelas. O governador já se considera reeleito. Existem casos de professores que receberão, no ano que vem, segundo este projeto, um aumento de R$ 2,47! Isso mesmo, talvez não dê para pagar uma passagem com o valor deste aumento em 2010. Um outro ponto é o grande número de pedidos de exoneração de professores, estima-se que seja aproximadamente 30 por dia! Não existem condições de trabalho e isso nos incomoda. Contudo, o que mais nos deixa indignados, é a carta compromisso enviada aos nossos lares onde o mesmo governador empenha sua palavra e agora se esquece de tudo aquilo que prometeu. As promessas são:

Promessa 1- Reposição das perdas dos últimos 10 anos.
Resultado- Reajuste de 4% e mais 8% de uma perda de mais de 70%.
Promessa 2- Manutenção do atual plano de carreira e inclusão dos professores de 40h.
Resultado- Não só manteve o professor 40h de fora do plano como diminuiu as diferenças entre níveis de 12% para 7,5%.
Promessa 3- Fim da política da gratificação Nova Escola e incorporação do valor da gratificação ao piso salarial.

Resultado- Esqueceu de avisar que seria em 7 anos e sem reposição da inflação.
Promessa 4- "A secretaria de Estado de Educação do meu governo terá como titular pessoa com histórico na área de educação e vínculos com o magistério."
Resultado- A atual titular da pasta é da área de computação, burocrata sem passagem pelo magistério.
Não somos ouvidos, e ainda vemos a imprensa nos virar as costas e distorcer a situação real. Somos pais e mães de família, que fizeram um curso superior, na esperança de um futuro melhor.
Contamos com a compreensão e a colaboração da população do Estado do Rio de Janeiro.

Vista a camisa da Educação, você pode não ser professor, seu filho e sua família podem não precisar da Educação Pública, mas a nossa sociedade só vai melhorar com Educação Pública de qualidade Faça a sua parte, essa será uma verdadeira mudança na história da Educação no Estado do Rio de Janeiro, porém precisamos adequar a verdadeira realidade do magistério Estadual.

Mande para os seus contatos e vamos mostrar a nossa força!!!!!!!

Agradecemos imensamente a atenção
Professores do Estado do Rio de Janeiro

Em 2010


Atenção políticos, somos 165 mil professores do estado do RJ. É crucial a nossa mobilização para barrarmos mais esse ataque aos nossos direitos e chamar a atenção da população do estado do Rio de Janeiro para a calamidade em que se encontram direitos sociais básicos como educação, segurança e saúde. Nós somos eleitores, formamos eleitores e temos memória.

Depois de colocar a tropa de choque para combater professores armados com sonhos e palavras no dia 8 de setembro de 2009, espero que Sérgio Cabral tenha sepultado suas esperanças de se reeleger.

Essas fotos e vídeos estão circulando pelo mundo todo, mostrando que na cidade onde se sediará uma Copa do Mundo e postula uma Olimpíada, o poder público trata a educação na base da violência. Game over para Cabral.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O descaso do governo do RJ com a educação!


Alguns sabem que eu sou professora de Português e trabalho no estado do rj, por isso estou envolvida até o pescoço em uma mobilização pela internet e que me segue no http://twitter.com/anagabigabriela já deve ter percebido...

Em 23 de setembro de 2006, o então candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, enviou uma carta aos professores do Estado comprometendo-se com uma série de mudanças visando melhorar o sistema de ensino estadual e valorizar os profissionais de educação.

Dentre as principais promessas feitas destacaram-se a incorporação de gratificação do Nova Escola aos salários dos professores (gratificação que na prática cria desigualdades salariais entre os profissionais), reposição salarial devido ao arrocho de mais de 10 anos, descongelamento do plano de carreira dos profissionais administrativos e o fim das terceirizações e contratos.


Após quase três anos de governo, o possível príncipe virou sapo. Sérgio Cabral e a Secretária de Educação, Tereza Porto, praticam um verdadeiro desmonte na educação estadual, camuflando tal ação na distribuição de laptops para uma parcela dos professores. Laptops, vale lembrar, comprados em licitações suspeitas.

A incorporação da gratificação do Nova Escola foi anunciado para o dia 18 de agosto. Entretanto, o governo pretende parcelar a incorporação em 6 anos, o que na pratica arrochará mais o salário dos professores. Atualmente recebemos 607,00 r$ brutos, e em 2015 o salário chegaria a 1045,00 r$.

Ora, não é preciso ser mestre em economia para entendermos que na prática haverá perda do poder de compra devido a inflação prevista para o período. O plano de carreira do magistério foi reduzido
de 12% para 7,5% a cada 5 anos e as contratações temporárias de professores persistem mesmo com a enorme fila de concursados aprovados nos últimos anos.

Na prática, o governo do Estado do Rio de Janeiro está convidando os professores e funcionários administrativos a pedirem exoneração, tornando cada vez mais precária a educação no Estado, cujo principal resultado social será o abandono de estudantes, que não podem pagar por boas escolas, à ignorância e à miséria, cuja combinação resulta no aumento da criminalidade.

No curto prazo, esse descaso afeta apenas a vida dos professores, mas no médio prazo afetará a vida de toda a população, mesmo daquelas que não tem filhos matriculados nas escolas estaduais.
Nós, professores do Estado, estamos praticamente sozinhos nesta luta, os jornais dão pouco espaço para a realidade educacional do Estado, e muitos ainda mentem na primeira capa, fazendo propaganda extra-oficial desse governo.

Portanto, não acreditem nas mentiras desse governo com relação à educação, saúde e segurança pública em propagandas pagas na televisão e rádio, a verdade é outra, e não é muito boa para nós. Antes de votarem na permanência desse governo nas próximas eleições, antes de votarem no Sérgio Cabral ou em deputados “amigos” do governo, procurem se informar acerca das promessas feitas na campanha anterior, e nas ações realmente praticadas.

Na próxima campanha provavelmente Sérgio Cabral glorificará sua amizade com o presidente Lula, como forma de trazer mais investimentos e dinheiro para o Estado do Rio de Janeiro. Mas lembrem-se, os amigos de Lula são muitos, inclusive o José Sarney...


Portanto, atenção em 2010!