segunda-feira, 29 de março de 2010

Sobre o passar do tempo



"Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe. Quando viu, babau, já não é mais."

(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Desembrulhar-me

Procuro despedir-me do que aprendi
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, 
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, 
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu.
 (Fernando Pessoa)




Pessoa escreveu isso em mil novecentos e guaraná de rolha... Como pode ser tão atual? Será mesmo que as inquietações humanas não mudam?!


Sermos nós mesmos, sabendo conviver com o nosso melhor e o nosso pior, independente dos julgamentos alheios... Expor nossas emoções da maneira mais sincera e honesta possível... Desapegar-se do passado, abrir-se para o novo,  deixando chegar o que vem e  abandonando de vez aquilo que se vai... É tão difícil assim se expor? Por que esse medo de se mostrar???

terça-feira, 9 de março de 2010

Fragilidade



Segundo o dicionário, fragilidade é:
s. f. Facilidade para se quebrar, para se deteriorar.
Fig. Instabilidade, falta de resistência.


Estive pensando sobre a fragilidade das coisas e no fato de como grandes estruturas edificadas ao longo de anos - como o amor, a fé e a esperança - podem se desmoronar a um leve sopro do vento. E quando nossos castelos são destruídos, nos damos conta do quão frágeis somos perante as forças do acaso.




Mesmo assim, será que somos marionetes nas mãos do destino?? Ora, se observarmos a chama de uma vela acesa ao vento ou uma fruta mal cultivada percebemos o quanto certos acontecimentos dependem do que fazemos (ou deixamos de fazer).
Algo frágil, caso seja precioso e importante para você, precisa ser protegido e cuidado. Se você atirar uma pedra na flor, a pedra não se machucará, mas a flor será destruída.

Portanto, seja o guardião das coisas que você tem de precioso, pois como disse Antoine de Saint-Exupèry, no livro O Pequeno Príncipe:






"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

domingo, 7 de março de 2010

Homenagem




Amanhã é dia da mulher e eu poderia escrever milhões de coisas aqui. Só que tenho este blog há algum tempo e não quero ficar me repetindo. Já fiz diversos posts sobre isso, como este aqui que gosto muito: http://anagabigabriela.blogspot.com/2009/03/anne-frank-madre-teresa-joana-darc.html

Então, preferi postar a música Dona Cila, de Maria Gadú, em homenagem a vó dela, porque acredito que em cada canto do país há mulheres de fibra, que fazem com que tenha valido a pena aquele episódio de 153 anos atrás, quando operárias de um indústria têxtil, em Nova York, decidiram se unir para protestar contra as péssimas condições de trabalho em uma greve que ecoou pelo mundo.

Por outro lado, ainda temos que lutar. Se antes eu queria ter voz, hoje quero que meu grito ecoe.

Bem, segue a letra da música:


Composição: Maria Gadú

De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh`alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu
Se queres partir ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé
Salve, salve essa nega
Que axé ela tem
Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto
Cila pode ir tranquila
Teu rebanho tá pronto

Teu olho que brilha e não para
Tuas mãos de fazer tudo e até
A vida que chamo de minha
Neguinha, te encontro na fé
Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer
Ó meu pai do céu, limpe tudo aí
Vai chegar a rainha
Precisando dormir
Quando ela chegar
Tu me faça um favor
Dê um banto a ela, que ela me benze aonde eu for
O fardo pesado que levas
Desagua na força que tens
Teu lar é no reino divino
Limpinho cheirando alecrim

quinta-feira, 4 de março de 2010

Arrisque-se!


— Estão dizendo que você ameaçou se suicidar, subindo no Viaduto.
— Eu? Suicidar? Quem disse isso?
— Meu filho me disse que você... — começou o pai de Hugo.
Eduardo o interrompeu:
— Não tem perigo nenhum. Estou acostumado a saltar do último trampolim, lá na piscina.
— E posso saber que proveito você tira, arriscando assim a vida?
— Posso saber que proveito vocês tiram, não arriscando a sua?

Fernando Sabino