domingo, 24 de outubro de 2010


"Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva." 

(Caio Fernando Abreu)


O ser humano é mesmo fascinante! Com o passar do tempo ele se esquece da intensidade da dor sofrida e de como foi com todos os detalhes a dor que sentiu em um determinado momento de sua vida. Já tive, como todo mundo, muitas dores que resultaram em cicatrizes. Quer saber se eu me lembro da dor? Não. Mas lembro-me de como eu fiquei depois, quando cuidaram de mim, o que me disseram, o que aprendi com aquilo... A dor e sua intensidade nós esquecemos. Não sou só eu ou você. Todos esquecemos. 



Pergunta pra alguém que operou algo se ele se lembra da dor. Sabe que doeu, mas nao sabe o quanto. Comparativamente, talvez consiga "quantificar", mas não com precisão. E isso vale não só para dor física, mas também para as emocionais. E isso nada mais é que um mecanismo de defesa do cérebro, que apaga certas informações para proteger nossa sanidade. 






Esquecer é bom demais, né?! Nos ajuda a seguir sem medo... 


Também já falei sobre memória aqui e aqui também.






.

2 comentários:

Ludmilla disse...

É verdade. Quando eu lembro dos meus piores momentos de dor física ou emocional, é uma coisa tão distante que parece uma história que alguém me contou.

Anônimo disse...

imparato molto