domingo, 2 de novembro de 2008

Saudades...

Bem, hoje é dia de finados e apesar de ter saido ontem com alguns amigos e bebido horrores, levantei as 7 da manhã pra ir a missa só pq era dia de finados. Eu não sou beata e nem tenho seguido muito a religião católica, mas tenho as minhas conversas com o Homem, sabe?! E agradeço todas as bençãos que recebo sempre...

Mas enfim, no dia de hoje impossível nao lembrar do meu pai, que morreu quando eu tinha 9 anos em 1983, deixando minha mãe viúva aos 35 anos.Não vou ficar aqui julgando se isso foi bom ou ruim primeiro porque odeio me lamentar das coisas (ainda mais quando elas não dependiam de mim para não acontecerem) e segundo porque de acordo com as minhas crenças nada acontece por acaso.
Só sei que o fato de meu pai ter morrido deixou marcas em mim, sabe?! Não coisas ruins, porém me fez encarar a vida de maneira diferente de outras pessoas da minha idade. Não tenho medo de ficar sem as coisas e pessoas que gosto ou que me fazem bem porque através da morte do meu pai e da maneira como lido com as perdas percebi que a vida segue mesmo assim, que a gente sempre pode tirar uma lição das coisas que nos acontecem e que tudo passa. Até os piores sofrimentos. E tenho bagagem suficiente para afirmar que o tempo não cura tudo como se afirma por aí, aliás acho que o tempo não cura nada, ele apenas desloca o incurável do centro das atenções.
E sei lá porque, apesar dos quinze anos que se passaram, acho que nunca senti tanta falta do meu pai como agora... Falta não, saudade, porque na verdade ele está sempre aqui comigo.
"Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter, só assim sinto você bem perto de mim outra vez."

Penso como ele reagiria diante das minhas atitudes, se gostaria das minhas tatoos, do meu namorado, da profissão que escolhi, como seria no dia do meu casamento (e pretendo entrar sozinha na igreja, pois para mim não há outra pessoa para ocupar o lugar dele, sabe?! E também tenho certeza de que ele estará lá comigo). Enfim, me questiono se ele gostaria da forma como levo a vida... E acredito que onde quer que esteja está orgulhoso de mim porque eu tento levar a vida da maneira mais honesta e verdadeira que posso.
Tudo isso pode parecer estranho para quem está lendo, mas como disse Marcelo Rubens Paiva, no livro Feliz Ano velho, "a morte é apenas um grande sonho sem despertador para interromper". E eu luto pra ver a morte como algo natural pois assim como o nascimento é mais uma etapa da vida. O que fode comigo é só essa saudade que não passa.
Para finalizar, tenho lido bastante o blog de uma mulher de Belo Horizonte, cuja descrição é a seguinte:
"Um homem morre dois meses antes do nascimento do seu primeiro filho. Assim nasce esse blog. Tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe que, no caso, sou eu. Muitos raciocínios. Muito aprendizado. Muitos questionamentos. E uma pressa em falar para o Francisco sobre o mundo, sobre seu pai e sobre mim mesma (só por garantia)."

E por incrível que pareça me emociono demais com as histórias dela, já soube que um livro será lançado brevemente e eu já estou no aguardo, hehe! O blog é o Para Francisco (o link está na minha lista de favoritos), da Cris Guerra.

Bom vou dormir porque já são quase 1:30 da manhã e eu prometi que essa semana não passarei a madruga na net.

10 comentários:

Ercio Bamberg disse...

Ele ia gostar de mim sim, tenho certeza. E de vc ele deve estar orgulhoso ;)

Unknown disse...

Sabe que isso me ajudou? Mas não com a morte, com o término do meu namoro. Ok, pode parecer meio egoísta esse meu comentário afinal você está falando do seu pai, mas está certa, a vida continua apesar dos pesares.
Bjks.

Unknown disse...

Ah, coloquei um link para o seu no meu blog Caderninho.

Kacau disse...

bom eu perdi meu avó e no entanto no começo eu sentia muita saudade e dor principalmente, com o passar do tempo vc vai lidando com a dor ela vai meio que anestesiando, agora a saudade fica escondida, oras aparece, eu choro, oras fica quieta no canto dela, acho que a melhor forma de lidar com isso é entender que temos que amar e nos doar em vida, pq na morte passou...

http://messnatural.blogspot.com/

Stella Barbosa disse...

adorei o seu blog, gostei de tudo ^^
e não tá poluido não,
obrigada pelo insentivo.
abraços :*

Anônimo disse...

puxa
nao te conheço mas pelas suas palavras tenho certeza que ele estaria orgulhoso
na verdade ele deve estar, porque ele como vc dize ele sempre cuntinuou do seu lado, te observando e protegendo

abraços

Nat Valarini disse...

Bom dia Ana!

Antes de tudo, muito obrigada pela cordial visita e comentário inteligente!

Não conhecia teu blog, e afirmo que fiquei feliz em vir até aqui. Sua página é bacana e sobre esta postagem, em especial, também compartilho o mesmo sentimento contigo. Meu pai falaeceu quando eu tinha sete anos.

Acho que nunca pára de doer a falta que a pessoa amada nos faz sentir, porém o tempo nos ajuda a cicatrizar as feridas e a conviver sem o ente querido.

Bjoks!

Stella Barbosa disse...

eu que agradeço linda! :D

Stê disse...

Lindo post Ana...
Não perdi nenhum familiar muito próximo ainda. Mas essa saudade deve ser muito intensa...
Pela foto da pra ver que ele te amava muito.
Beijos flore.

Unknown disse...

Oi Ana, obrigada por todos os seus comentários. Apesar de ficar perdida nos finais de semana, eu sei que assim é melhor, sabe? Não dá para ficar em um namoro sem ver futuro, seria perda de tempo.
Eu acredito que o novo curso irá me dar um gás, eu não agüentava mais o Direito, estava me arrastando e isso me fazia infeliz, agora estou bem mais animada com a minha vida.
Bjks.